terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Me mostro.


A mesa branca como a minha mente, cheia de cores, mas com a mistura de todas resulta no vazio, no branco alabastro, puro, mas neste caso pobre porque o amor também é feito de palavras. A luz que me faz semi-serrar os olhos, me acalenta também. Luz seda.

Ponho-me a maquinar... Há tanta vontade cravada no meu peito, no meu corpo, na minha alma. Seria tão bom se assim como, os sentimentos são transformados em palavras mesmo que deveras não sejam fieis, se as palavras despertassem a mínima faísca do que eu sinto como labareda por ela.

Será que conseguirei alcança-lhe o coração, apenas com minhas tortuosas palavras? Doce menina minha, te tenho nas mãos, mas não te tenho na sua imensidão.

Ponho-me a escrever...

Como transformar meu amor em palavras, visto que, a quem quero encantar não ouve as minhas melodias de amor? Triste situação, criada por mim, possível e infelizmente. Mas cartas de amor não podem falar de coisas tristes? Ou podem? Na minha cabeça habitam tantas interrogações...

O que você sente? Pergunto-me a fim de tentar ser o mais fiel possível, tento perceber esse sentimento que tem avassaladora dimensão. Um aperto no peito. Doe. Respiro profundamente a fim de dissipar essa sensação, degustar, disseminar e analisar, por que sentir doe na ausência. Mas ele não se dissolve, é concentrado é denso como o cheiro que ainda permanece em minhas mãos e inebria meu olfato.

Desisto de detalhá-lo, ouço-o no tom grave. Assustador. Sem medo de tê-lo, senti-lo, comê-lo, mas assustada com o timbre desconhecido até então.

Meus pensamentos são confusos, minha bonequinha de porcelana. E temo que você não me entenda. Não consigo escrever sem as malditas interrogações, elas surgem, a todo momento, desviando a minha atenção sordidamente, quase obscena. Eu sou um turbilhão...

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