terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O vazio.



Minhas lágrimas choravam cada objeto do nosso mundo, todos os detalhes e as memórias. Sentia todos prazeres que você me deu ao inverso, uma dor tão cortante. Uma navalha. Meus olhos cerrados se despediam do amor, da felicidade e da paz. Do nosso conforto em amar. Mas quando se abriram e viram, a cama bagunçada, os vinis, a taça de vinho, o armário, cenário de tantas brincadeiras... a dor só fez aumentar. Você ao meu colo, sua pele na minha e a sensação do fim. A janela que muitas vezes me trazia a melancolia e a súbita vontade de pular, também me dava adeus. Seu cheiro, seu gosto, sua voz, todos juntos numa triste marcha de despedida. O ruído do piso de madeira, as paredes, as cores e a escada. Era o fim, a última vez. E ao sair daquela porta. Observando e guardando dentro de mim cada detalhe, nosso amor, você me deu Adeus.

A sensação me morte, misturada com meu sexto sentido que só me assombra, trouxeram-me até em casa. Tantos carros, tantas pessoas e nem uma sensibilidade. Foram necessários cigarros.

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